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Pequenos e corajosos: Pocket Bravery é novo game de luta para ficar de olho

Pocket Bravery é um game brasileiro inspirado em jogos de luta clássicos - Divulgação/Statera Studios
Pocket Bravery é um game brasileiro inspirado em jogos de luta clássicos Imagem: Divulgação/Statera Studios

Jefferson Kayo

Colaboração para o START

02/05/2020 04h00

The King of Fighters, SNK vs. Capcom e Pocket Fighter são alguns dos jogos clássicos que estão servindo de inspiração para Pocket Bravery, primeiro game desenvolvido pelo estúdio brasileiro Statera Studio.

O START teve a chance de conversar com um dos criadores do game, Jonathan Ferreira, para que ele apresentasse seu mais novo projeto.

A primeira coisa que chama a atenção em Pocket Fighter o estilo de arte conhecido como SD (Super-deformed), que ficou famoso nos anos 90, principalmente por causa de Pocket Fighters, da Capcom.

O visual, segundo Jonathan, é para atrair um público mais casual, mas ele ressalta que o sistema de luta será profundo e que agrade aos fãs de jogos competitivos.

Apesar de ser o game de estreia do Statera Studio, Jonathan já tem experiência em desenvolver games de luta. Isso porque trabalhou por quatro anos ao lado do time da Onanim, responsável por Trajes Fatais, jogo de luta que atualmente está em processo avançado de desenvolvimento.

Fui sócio da Onanim (Trajes Fatais) do final 2016 até o início de 2020. Atualmente Inaugurei uma nova empresa chamada Statera Studio e estou desenvolvendo o jogo de luta Pocket Bravery
Jonathan Ferreira, desenvolvedor

Além disso, ele também é bastante envolvido na comunidade de jogos de luta e de desenvolvimento, ao ter um canal no YouTube dedicado a games de luta em geral e uma plataforma educacional chamada GamedevXP, com um curso disponível de Pixel Art.

Acompanhe a entrevista completa com ele para saber mais de Pocket Bravery, que ainda não tem nada para ser lançado.

START: Como chegou no conceito inicial de Pocket Bravery? Ele remete a gente a um passado divertido de jogos de luta SD, né?

Jonathan: Exatamente! Nos inspiramos principalmente em jogos como os The King of Fighters, SvC Chaos, Neo Geo Pocket e o Pocket Fighter da Capcom. Entretanto, nossa inspiração para a parte visual também teve uma pitada de Metal Slug e Scott Pilgrim. Dito isso, preciso ressaltar que as inspirações param por aí, não estamos direcionando o nosso jogo apenas para a parte divertida e totalmente casual, queremos sim, claro, aproveitar o visual mais divertido para atrair este público, mas ao contrário dos exemplos citados, estamos criando um sistema de jogo que não deverá em nada a nenhum jogo de luta competitivo.

START: Assistindo a um vídeo seu explicando seus novos projetos, você mencionou um jogo "normal" no mesmo mundo de Pocket Bravery. Pode descrevê-lo um pouco?

Pocket Bravery criador Jonathan - Divulgação/Statera Studio - Divulgação/Statera Studio
Jonathan, o criador de Pocket Bravery
Imagem: Divulgação/Statera Studio
Jonathan: Inicialmente pensamos em fazer um jogo de luta com estilo semelhante ao do KOF XIII, mas quando começamos a fazer de fato, percebemos que seria totalmente inviável, visto que, para fazer um único personagem, precisaríamos de dois artistas de pixel trabalhando simultaneamente por cerca de 7 meses. Para não cair nesta armadilha, de querer iniciar uma empresa com um projeto maior do que o que podemos suportar, optamos por começar com a versão Pocket daquele mesmo jogo (que seria no estilo KOF XIII), utilizando inclusive parte da história e dos personagens. Ainda vamos fazer esta versão pretendida inicialmente, mas para tal, temos que alcançar sucesso com o Pocket Bravery, só assim poderemos capitalizar o suficiente para aumentar o time e partir para um projeto tão grande como este será.

START: Não precisa de muito esforço para ver que você é um fã do estilo de jogo 2D que a SNK produzia na época. O quanto isso vai influenciar o seu trabalho atual?

Jonathan: É verdade, sou muito fã e não tem como dizer que não é uma grande influência, mas tenho a sorte de ter como sócio e líder artístico do projeto o Anderson Halfeld, que além de muito fã da SNK é também muito fã da Capcom, de maneira quase que igual (sério, ele consegue, já eu fico 75% SNK 25% Capcom rs). E como ele já vem há quase 20 anos trabalhando com pixel art nestes dois estilos, além de outros, conseguiu chegar num resultado único. Mesmo que se perceba as influências, nota-se que é algo diferente do que já existe. O que para nós, e creio que para o público também, é maravilhoso!

Tenho a sorte de ter como sócio e líder artístico do projeto o Anderson Halfeld, que além de muito fã da SNK é também muito fã da Capcom
Jonathan Ferreira, desenvolvedor de Pocket Bravery

START: Contando você, quantas pessoas fazem parte do projeto atualmente?

Jonathan: Atualmente estamos em 10 pessoas, sendo um produtor, um diretor de arte, três pixel artistas, um programador, um concept artist, um animador, um ilustrador e um roteirista. Destes, temos dois estrangeiros no time, um português e um chileno. Pretendo fazer vídeos de maneira individual para apresentá-los ao público no meu canal do YouTube e nas redes sociais da Statera.

START: Você conseguiria descrever o sistema de combate de Pocket Bravery? Qualquer coisa, inclusive, se quiser falar de algum elemento inédito do combate do jogo não vou achar ruim...

Jonathan: Podemos adiantar que o sistema é baseado em quatro botões, sendo dois socos e dois chutes. Toda a gama de comandos especiais que faz dos jogos de luta o que são hoje está presente no jogo. Existe o básico do sistema que é aplicado a todos os personagens, mas também existe uma segunda camada desse sistema que conta com a particularidade de cada um dos lutadores, que visa enaltecer a habilidade de cada um. Em breve iremos mostrar como funciona o sistema, daremos uma atenção especial para este momento.

START: Na hora de criar um jogo de luta, qual o maior desafio que o desenvolvedor pode encontrar pelo caminho (sem contar o financeiro)?

Jonathan: Desenvolver um jogo de luta por si só já é o maior desafio, pois existem muitos níveis de complexidade para que as coisas se apresentem na tela de forma harmônica, combinando visual e ritmo de luta. Mas de tudo o que isso engloba poderia dizer que um dos grandes desafios é encontrar o equilíbrio para criar algo que não seja mais do mesmo. A comunidade que acompanha o cenário dos jogos de luta já experimentou mais de 20 anos de vários tipos destes jogos. Então, construir um jogo que não seja apenas uma repetição de fórmula a ponto de se tornar enjoativo ou sem graça, ou ainda, algo tão fora da caixa a ponto de descaracterizar o gênero ou espantar o público, é de fato um desafio e tanto.

Pocket Bravery - Divulgação/Statera Studio - Divulgação/Statera Studio
Imagem: Divulgação/Statera Studio

START: Os jogos de luta hoje em dia são uma aposta segura para investimentos? Como você vê o cenário atual, casual e profissional?

Jonathan: Gostaria muito de dizer que sim, mas preciso ser honesto e confessar que ainda não é uma aposta segura. De toda forma, possíveis investidores precisam estar atentos, pois a profissionalização e surgimento de novos campeonatos logo poderá resultar em um 'boom' de audiência e popularidade, assim como aconteceu com outros jogos classificados na modalidade de Esports. Agora, dependendo do nível e finalidade do investimento os riscos podem ser bem menores, por exemplo, uma equipe como a nossa que está começando, tende a ser mais solícita e aberta à negociações, então, dependendo do que significa "aposta segura" para o investidor, este pode ser um caminho de ouro.

START: O que você acha mais importante para que um jogo de luta se destaque no mercado e consiga deixar os jogadores com curiosidade para experimentá-lo, pensando exclusivamente numa nova IP (isso antes do lançamento, claro).

Jonathan: Existe uma série de fatores que contribui para isso, e eu poderia citá-los, como dizer que o jogo tem que ser atrativo por si só, como por exemplo ser bonito. Poderia falar também que ele precisa ser bem animado ou falar que ele precisa ter combos insanos. Mas no final das contas o que acho mais importante para que ele se destaque no mercado é o simples fato (muita das vezes esquecido) de saber se promover. Não adianta criar uma obra de arte se você não souber apresentá-la ao público-alvo.

Um dos grandes desafios é encontrar o equilíbrio para criar algo que não seja mais do mesmo
Jonathan Ferreira, desenvolvedor de Pocket Bravery

START: Alguma mecânica que você gostaria de implementar no game não importando a dificuldade para alcançar esse sonho?

Jonathan: Não diria relacionado à mecânica em si, pois temos algumas boas ideias engavetadas no momento, acredito que o que mostraremos no Pocket relacionado a isso é um fragmento do que queremos para o futuro deste universo. Agora, existem sim ideias, ideias de modos de jogo e ideias de aplicar conceitos já existentes sobre uma nova ótica que temos vontade de concretizar.

Pocket Bravery gameplay - Divulgação/Statera Studio - Divulgação/Statera Studio
Game ainda está nos primeiros meses de desenvolvimento
Imagem: Divulgação/Statera Studio

START: Você já tem definido uma quantidade de personagens que estarão no game? Qual é a meta?

Jonathan: Por ser o nosso primeiro jogo e por querermos ser os mais responsáveis possível, teremos 11 personagens no lançamento, mas caso optemos por fazer uma campanha de financiamento coletivo, este número poderá aumentar dependendo de algumas metas alcançadas.

START: Consegue estimar o tempo para que uma versão de testes possa circular entre jogadores selecionados? Gostaria de me candidatar para jogar, sabe como é?

Jonathan: A partir de junho já teremos uma versão disponibilizada para algumas pessoas selecionadas e você com certeza será um dos que entraremos em contato para enviar a versão prévia.

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