Por Jornal Hoje


Jovens criam empresas na periferia e entram no mercado bilionário de games

Jovens criam empresas na periferia e entram no mercado bilionário de games

Uma pesquisa apontou que 145 milhões de brasileiros usam algum tipo de jogo eletrônico. O mercado, que movimentou R$ 1,6 bilhão em 2021, segundo a consultoria PwC Brasil, tem atraído jovens de periferia criando jogos baseados na realidade nacional.

🕹️ Os produtores de jogos eletrônicos Dany Lima e Fábio Pacheco fizeram questão de levar detalhes das comunidades para tela, como as casinhas de tijolos aparentes com caixas d'água azuis.

Jovens criam empresas na periferia e entram no mercado bilionário de games — Foto: Reprodução/Jornal Hoje

“Na nossa história, a contaminação desses zombies acontece pela água, mas como a quebrada sempre tem falta de água, a quebrada se salvou. Eles viraram a resistência contra os zombies e a esperança da humanidade”, explica Dany.

Os personagens e os heróis do game também tem inspiração no cotidiano dos criadores, como a vendedora de catuaba, o energético mais poderoso do jogo.

Jovens criam empresas na periferia e entram no mercado bilionário de games — Foto: Jornal Hoje/Reprodução

“Tem que ter uma tiazinha com um pano na cabeça, um senhorzinho com a camiseta do Brasil, um senhorzinho sem camisa com copinho de cerveja na frente de um bar. É só você descer aqui que você vai ver esse personagem, entendeu?”, diz Fábio Pacheco.

🎮 Maior mercado da América Latina

Sem oportunidade de emprego, os desenvolvedores Raquel Motta e Marcos Silva começaram a criar jogos em 2017. O primeiro tem como tema o Quilombo Dos Palmares e o segundo é sobre cabelos crespos. Agora, eles estão desenvolvendo um sobre beat box e cultura hip hop.

“A pauta racial veio com mais força, com a necessidade que a gente tinha da nossa vivência particular”, conta Marcos Silva.

👥 Perfil dos gamers no Brasil

  • Total: 145 milhões:
  • 54,1% pretos ou pardos,
  • 42,2% brancos,
  • 2% amarelos

O mercado brasileiro de games é o maior da América Latina e, de acordo com a pesquisa Game Brasil 2023, a classe C é a que mais joga no país.

"Games é identificação. Você quer jogar com algo que você se identifica, com que você se conecta. Quando você entende quem é seu público e produz conteúdo pra esse público é muito legal, porque você cria uma conexão muito mais forte nesse sentido”, explica Carlos Silva, coordenador da Pesquisa Game Brasil.

O segredo de quem consegue trabalhar nessa área é furar a bolha e criar algo diferente.

"Quando você começa a fazer algo com uma narrativa mais própria sobre cultura brasileira, quando transparece na arte, na narrativa, a minha percepção é que isso se destaca”, fala Fábio Pacheco.

Veja a reportagem completa no vídeo acima.

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